Agência Café História
Nesta sexta-feira (7), o historiador Michel Gherman, professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos coordenadores do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos e Árabes (NIEJ) desta mesma universidade, publicou um vídeo no qual aponta a relação entre as falas de teor racista proferidas por Jair Bolsonaro no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, e o Holocausto. O Café História perguntou a Gherman: por que uma relação que deveria ser tão óbvia precisou ser explicada? De acordo com o historiador, “porque as pessoas teimam em não entender as relações entre racismo e Holocausto. Elas acham que ele se restringe ao antissemitismo”. Confira, na íntegra, o vídeo (7 min.) gravado pelo historiador:
Bolsonaro também fez críticas ao acolhimento de refugiados pelas autoridades brasileiras:
– Não podemos abrir as portas para todo mundo, disse.
E completou: “Alguém já viu algum japonês pedindo esmola? É uma raça que tem vergonha na cara!”
Nos últimos dias, duas representações parlamentares foram encaminhadas à Procuradoria-Geral da República pedindo a abertura de investigação contra Bolsonaro pelo crime de racismo. Além disso, a B’nai B’rith – Filhos da Aliança, entidade judaica de Direitos Humanos, atuante há 85 anos no Brasil e 175 anos internacionalmente, publicou uma nota de repúdio na qual classificou os pronunciamentos de Bolsonaro como xenófobos, discriminatórios e racistas. “Contamos que os nossos representantes, democraticamente eleitos, apliquem os preceitos de nossa Constituição e os valores que ela promove, saibam tomar as medidas cabíveis nesta IRRESPONSÁVEL circunstância, assim como em qualquer outra que vier a manifestar-se no mesmo sentido.”, encerra dizendo a nota.
[1] Arroba é uma medida usada para pesar gado; cada uma equivale a 15 kg.
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