RESUMO
O crescente interesse pela borracha na Amazônia, despertado pela exploração na Colômbia, em 1896, levou à vinda de estrangeiros à América do Sul, dentre eles Henry A. Wickham que retirou sementes de Hevea brasiliensis da região de Santarém/PA que foram cultivadas com sucesso na Malásia, promovendo um verdadeiro cartel da borracha no Sudeste Asiático. O americano Henry Ford, pensando em produzir sua própria matéria-prima para os pneus dos seus automóveis, adquiriu, em julho de 1927, terras no vale do Rio Tapajós, onde se iniciou a construção da cidade que recebeu o nome de Fordlândia. Destinada a ser a primeira "cidade empresa" edificada na Amazônia, oferecia a seus habitantes: hospital, escola, água encanada, luz elétrica, moradia, lazer e emprego. No entanto, o investimento de 125 mil dólares com a aquisição da terra não trouxe correspondente rendimento na exploração dos seringais cultivados; além da topografia montanhosa e solo arenoso que dificultavam o cultivo mecanizado, o ataque das seringueiras pelo fundo Microcyclus ulei praticamente dizimou os seringais implantados nos primeiros anos, obrigando a Companhia Ford Industrial do Brasil a transferir-se, em 1934, para Belterra, município de Santarém. A baixa produtividade, o fim da Segunda Guerra Mundial com conseqüente queda na demanda mundial por borracha, e a produção de borracha sintética levaram à retirada dos americanos da região do Tapajós em 1945. O governo federal adquiriu as benfeitorias e as plantações de seringueiras, porém não impediu a degradação de Fordlândia que viu seu patrimônio material ser dilapidado, ficando prédios em ruínas e lembranças de moradores remanescentes do tempo do fastígio da borracha.
Palavras-chave: Fordlândia, Amazônia, borracha, história
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