Nos últimos anos, as lutas identitárias se tornaram a principal pauta de várias forças da esquerda, de modo que a luta de classes contra o capital ficou em segundo plano. Essas lutas, porém, não apresentam contradições essenciais com o sistema capitalista, e são incapazes de lhe fazer uma oposição consequente.
Podemos imaginar, fazendo um exercício de pensamento, que se todas as pautas dos movimentos identitários não-classistas fossem atendidas, o sistema capitalista, sua exploração dos trabalhadores e a extração de mais-valia permaneceriam intactos. No âmbito do mundo trabalho, igualar salários de mulheres e homens, negros e brancos, por exemplo, é uma pauta justa e que deve estar no programa de lutas de qualquer organização de esquerda, mas que não toca no principal: o próprio sistema de assalariamento.
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