O Incorreto no Guia politicamente incorreto da história do Brasil
Renato Venancio
Resenha do livro: Guia politicamente incorreto da história do Brasil. 2 ed. São Paulo: Leya, 2012. (Primeira edição em 2009), versão ebook.
Apresentação
A leitura de livros de História permite uma compreensão mais profunda do presente.
O que se pensa a respeito do passado orienta decisões atuais e futuras. Daí a importância de se criticar o livro “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”, que apresenta grave s deficiências de pesquisa e interpretação.
Cometer erros não é grave, todos que escrevem estão sujeitos a isso. O problema realmente grave é que nesse livro a História está a serviço da propaganda de preconceitos.
Já foram feitas análises teóricas da produção de Narloch e de outros autores da História Pública brasileira. Para o leitor que queira conhecer esse debate, uma sugestão é começar pela leitura do artigo de Jurandir Malerba, cuja referência bibliográfica completa, tal como os demais autores abaixo citados, encontra-se ao final do presente texto.
A análise que desenvolvi é de natureza metódica. Li os capítulos do “Guia politicamente incorreto da história do Brasil” e consultei as fontes utilizadas, mostrando as lacunas e manipulações das interpretações originais.
A noção de “verdade” em História relaciona -se a esses procedimentos. É preciso compreender o contexto de produção da fonte e seu conteúdo. Reconhecer que o relato histórico é sempre uma aproximação do real não significa que afirmações absurdas têm o mesmo valor das análises honestas.
Tendo em vista que o livro foi publicado em 2009, evitei utilizar referências bibliográficas posteriores a essa data.
Para cada capítulo ou tema, sem dúvida, haveria centenas de referências complementares, mas não sobrecarreguei o texto com citações, o que afastaria a maioria dos leitores.
Cabe também esclarecer a razão dessa resenha tardia, quase dez anos após o lançamento do Guia.
A razão disso é a percepção de que as aberrações e preconceitos afirmados no livro de Narloch estão sendo assimiladas como “conhecimento”, o que implica no risco de chegarem às salas de aula.
É preciso, portanto, que a comunidade acadêmica se manifeste mais incisivamente a respeito dos riscos desse tipo de pseudo-história. Essa resenha é apenas uma pequena contribuição nesse sentido. Espero que ela estimule outras iniciativas semelhantes e mais abalizadas.
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